end.




É o fim do jogo e mais uma vez, perante mim, só permanecem estilhaços. Fragmentos de ilusões que se apoderaram de mim, me viciaram os sentidos e me fizeram acreditar em algo verdadeiro. E eu gostava que entendesses. Mesmo que os meus lábios não dessem voz às palavras necessárias, gostava que fosses capaz de me olhar nos olhos e capturar aquilo que não sou capaz de te dizer. Porque eu não o vou fazer. Não por cobardia, ou falta de audácia, mas sim porque agora, até a mais misera efemeridade deixou de fazer sentido. E o fim do jogo… Esse revela-se tão tenebroso para um de nós, que me pergunto se algum dia serei capaz de retirar todo o negrume que se apoderou da minha tez. É que agora, que tudo é claro e lúcido, sou capaz de encarar a verdade com tanta transparência, que a minha própria essência se retraí com a pureza. E isso é tão pungente como a certeza de que o fim, esse é apenas meu. 

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